Sinusite (Rinossinusite)
Setecentos milhões de pessoas sofrem com rinossinusite no mundo!
Os valores variam de estudo para estudo, dependendo da população analisada, mas podemos dizer que entre 10 e 30% das pessoas já foram acometidos ou sofrerão com os sintomas da sinusite.
O que é a sinusite?
Para falarmos de sinusite, precisamos falar um pouco antes sobre a anatomia da cabeça. Nada complicado, não se preocupe.
Muitos não sabem, mas os ossos do rosto são ocos e essas cavidades,logo abaixo dos olhos, acima do nariz e na base da testa, são os seios paranasais (ou sinusparanasalis, em latim. Daí, sinusite), representados em cores nesta imagem. Apesar de não ser conhecida claramente a função desses espaços ocos, a ciência propõe algumas, como a diminuição do peso da cabeça e uma possível caixa de ressonância para formação da voz, por exemplo.
No caso da nossa explicação é importante saber que a sinusite é a inflamação da mucosa desses espaços e pode ter diferentes causas como infecções por vírus ou bactérias, exposição à poluição do ar e, claro, alérgenos.
Como toda mucosa, esse tipo especial de pele que nos “reveste por dentro”, a mucosa dos seios paranasais – que é muito rica em pequenas glândulas e vasos sanguíneos – produz naturalmente muco. Quando uma substância estranha entra em contato com a mucosa, ela pode iniciar uma resposta do organismo que tem o objetivo de “botar pra fora” aquilo que não deveria estar ali.
Sinto meu rosto inchado, pesado, isso é sinusite?
Os sintomas variam de acordo com o tipo de sinusite, mas é muito comum a pessoa dizer que está com a sensação de “pressão” e dor no rosto. Muitas vezes também acontece de o nariz ficar entupido,“o mundo perder o cheiro”, febre e tosse.
Esses sinais são indicativos de um caso de sinusite, mas o diagnóstico só pode ser dado por um médico devidamente habilitado.
Acho que tenho sinusite, mas não tenho febre, é possível?
Sim, é possível, mas para responder melhor essa pergunta, vamos entender quais são os tipos de sinusite.
Sinusite é um termo amplo que indica um quadro de inflamação dos seios paranasais, mas a causa dessa inflamação pode variar e é muito importante o médico diferenciar se o caso é infeccioso, irritante, anatômico ou alérgico. A ausência de febre pode ser um indicativo de que seu quadro não é infeccioso.
Independente da origem, a resposta do corpo é razoavelmente semelhante. A mucosa passa a produzir mais muco na tentativa de aprisionar e expulsar o agente causador da reação, para isso os vasos sanguíneos dessa região precisar fornecer mais sangue com oxigênio e nutriente para as glândulas microscópicas que produzem o muco. Junto com sangue, chegam células de nosso sistema de defesa para preparar o terreno para uma possível batalha com microorganismos.
Quando essas respostas acontecem dentro dos seios venosos, que são espaços praticamente fechados, o muco produzido a mais tem dificuldade de fluir para outro lugar e juntamente com o aumento do fluxo de sangue na região, aumenta a pressão interna das cavidades, daí a sensação de rosto inchado.
Sinusite infecciosa
Uma infecção é a multiplicação descontrolada de uma bactéria ou vírus em um tecido do corpo. Para que essa multiplicação seja controlada e eliminada, nosso organismo conta com a ação de nosso sistema de defesa, o sistema imune.
A ativação do sistema imune tem a função de combater a infecção e causa a inflamação e o envio de células de defesa om funções variadas, desde reconhecer o microorganismo e produzir anticorpos até o ataque e destruição de bactérias e células infectadas por vírus, por exemplo. Esse ataque em massa produz um muco bastante espesso e nestes casos não é incomum a ocorrência de febre.
Sinusite Alérgica
Diferentemente da sinusite de origem infecciosa, em algumas pessoas o contato com partículas presentes no ar pode dar início a uma reação da mucosa e ao desenvolvimento de sinusite.
Dentre as partículas mais comuns em casos de Sinusite Alérgicas encontram-se algumas naturais como pólens, poeira, ácaros, pelos e penas, além de poluentes como gases e partículas microscópicas provenientes da queima do tabaco, de combustíveis, de processos industriais, da construção civil, entre outros.
O contato com essas substâncias pode causar um quadro de Sinusite não infecciosa, com sintomas parecidos, mas sem febre e é extremamente importante fazer a diferenciação adequada porque o tratamento é diferente.
Sinusite de origem anatômica
Este é um terceiro tipo de sinusite que se relaciona com uma origem incomum, independente de exposição a um microrganismo ou alérgeno.
Algumas pessoas apresentam modificações anatômicas (os pólipos) que dificultam ou impedem a drenagem normal do líquido produzido pelos seios da face e isso contribui para a recorrência de sinusite bem como dificulta seu controle e tratamento.
A sinusite pode ser aguda ou crônica
A sinusite aguda é a mais comum e muitos de nós já tivemos o desprazer de passar por essa situação em algum momento em nossas vidas. Ela está normalmente associada à dor em forma de pontada ou a sensação de pressão que parece ser pulsante. É frequentemente associada a um processo alérgico ou infeccioso transitório que se resolve em alguns poucos dias com o tratamento adequado e não volta a se instalar por muito tempo (anos ou até por toda a vida).
Já quando a sinusite se cronifica, ela está comumente associada a alterações anatômicas como os pólipos e seu tratamento requer cuidados distintos. Nos casos de sinusite crônica, o principal sintoma é a tosse persistente que se intensifica durante a noite, quando a pessoa se deita.
Tratamento para Sinusite
O tratamento deve buscar ao mesmo tempo a resolução dos sintomas e a identificação da causa para evitar sua recorrência.
De forma geral, serão utilizados medicamentos com ação analgésica e anti-inflamatória para o alívio da dor e o controle do processo inflamatório. Para isso podemos lançar mão de drogas em forma de comprimidos ou sprays nasais, de acordo com a orientação médica.
Quando a origem da sinusite é infecciosa, o tratamento eficaz vai depender do uso de antibióticos, que devem ser prescritos por um médico. É extremamente importante que o antibiótico seja escolhido de forma adequada e o esquema de tratamento seja definido baseado em critérios claros, porque o tratamento realizado de maneira inapropriada pode levar ao desenvolvimento de uma infecção resistente a drogas, por isso, NUNCA use medicamentos que “sobraram” de outros tratamentos que você ou alguma pessoa próxima tenha feito. Isso pode ser muito perigoso.
Havendo o diagnóstico de sinusite alérgica, o tratamento será distinto, com o uso de medicamentos que controlem a reação iniciada pelo alérgeno em conjunto com medicamentos que auxiliem na redução do processo inflamatório.
Pode ser indicada a aplicação de descongestionantes nasais, mas há necessidade de cuidado com o uso destes medicamentos em casos crônicos pois eles podem levar à dependência e até alterações cardiovasculares.