Anafilaxia – IARP

Anafilaxia

Os indivíduos acometidos por uma reação anafilática podem apresentar reações na pele como coceira, inchaço e vermelhão; dificuldade em respirar, chiado no peito, tosse e espirros; o coração pode acelerar, a pessoa pode ter tontura e desmaiar.

Se você chegou até nosso site porque acha que alguém próximo a você pode estar sofrendo uma reação de anafilaxia neste momento, pare de ler imediatamente e acione o socorro. Ligue 193.

Se, por outro lado, você chegou até aqui somente para se informar, vamos explicar com calma e mais detalhes a anafilaxia. Esta é uma das reações alérgicas mais perigosas e com sério risco à vida. Ela se desenvolve muito rapidamente após a exposição ao alérgeno e sua evolução pode causar óbito.

Anafilaxia e choque anafilático

Muitas vezes ouvimos o termo “choque anafilático” para fazer referência a um quadro alérgico em que a pessoa apresenta uma reação generalizada e cujas principais características popularmente reconhecidas são a alterações na pele (inchaço, coceira e vermelhão) e dificuldade de respirar, que quase sempre é associada à necessidade de realização de uma intervenção rápida com injeção de adrenalina, caso contrário pode necessitar traqueostomia de emergência.

Entretanto, os conceitos de anafilaxia e choque anafilático são diferentes. Quando falamos de anafilaxia, nos referimos a uma reação aguda e exacerbada do sistema imunológico em resposta a um alérgeno e que acaba por afetar todo o corpo, por isso chamamos de reação multissistêmica.

Já no caso do choque anafilático, este é uma complicação de uma reação de anafilaxia de extrema gravidade e é caracterizado por alterações no sistema cardiovascular, com quedaacentuada na pressão sanguínea, frequentemente associado a edema de glote (fechamento da garganta) e que se não for tratada com urgência leva à morte.

Causas de anafilaxia

Existem pelo menos três tipos de anafilaxia de acordo com o mecanismo desencadeador: Alérgica, não alérgica e de causa indeterminada.

Uma reação anafilática alérgica é desencadeada por um mecanismo (na imensa maioria das vezes) dependente de IgE contra diferentes alérgenos como medicamentos, alimentos, substâncias presentes em picadas de insetos, látex e a resposta a todos esses iniciadores pode ser potencializada na presença de exercício físico.

Assim, a causa geral da anafilaxia é a exposição a uma substância à qual o indivíduo já foi previamente sensibilizado (na reação mediada por IgE ou hipersensibilidade do tipo I) e que leva à liberação massiva de mediadores pró-inflamatórios, entre eles a histamina.

A liberação dessas substâncias causa os sintomas conhecidos: urticária e angioedema, erupções na pele, tosse, edema de glote (inchaço na garganta) e dificuldade em respirar, tontura, queda na pressão sanguínea (choque hipotensivo), perda da consciência, podendo evoluir à óbito.

Medicação

Os medicamentos mais comumente associados a reações anafiláticas são os antibióticos (especialmente um tipo conhecido como beta-lactâmicos) e anti-inflamatórios do tipo não esteroidais (AINES).

Alimentos

Um estudo (Food-Induced Anaphylaxis) publicado na literatura médica no ano de 2012 revisa alguns conceitos sobre as reações anafiláticas de origem alimentar e apresenta uma tabela com os principais causadores de reações fatais: amendoim, outras oleaginosas (castanhas e nozes), peixes e frutos do mar, leite, ovos, frutas e outros vegetais.

Insetos

Porção significativa dos casos de anafilaxia é decorrente de picadas de insetos venenosos. Curiosamente, o risco de morte associada a essas reações é menor do que nas reações de origem alimentar, por exemplo, causando a morte de 3-6 pessoas por milhão de habitantes por ano.

Apesar de inconclusivos, alguns estudos sugerem que abelhas e vespas sejam os principais causadores de reação anafilática induzida por picada de insetos e esse quadro é muito mais comum em homens do que em mulheres.

Leitura sugerida: Fatal Anaphylaxis: Mortality Rate and Risk Factors

Exercício físico

Pode parecer estranho, mas há casos de anafilaxia induzida por exercício físico. Normalmente, apesar de raros, esses relatos descrevem uma reação anafilática após a execução de atividade física extenuante usualmente associada à exposição prévia a uma substância à qual o indivíduo é sensível e apresenta resposta alérgica.

Como a anafilaxia depende de liberação maciça de sinalizadores pró-inflamatórios e como nos casos de sensibilidade a um alérgeno a presença deste é o fator que deflagra a liberação, acredita-se que a associação entre a exposição a um alérgeno (que sozinho não seria capaz de causar anafilaxia) e o exercício físico intenso seja a responsável pela ocorrência de anafilaxia induzida por exercício.

Uma das hipóteses, proposta pela Academia Europeia de Alergia e Imunologia Clínica, considera que uma resposta fisiológica intestinal normal ao exercício físico – o aumento da permeabilidade e absorção de nutrientes – pode facilitar a exposição do indivíduo a uma quantidade maior de um alérgeno presente em uma refeição prévia ao exercício e isso causaria a anafilaxia, ou seja, a reação anafilática seria causada pela presença de um alérgeno cuja absorção foi facilitada pelo exercício.

Para saber mais, veja esta revisão:Diagnosis of exercise-induced anaphylaxis: current insights

Látex

Não há dúvida sobre a eficácia de barreiras físicas na proteção contra o contato com agentes infecciosos em diversos momentos da vida, entre eles podemos citar os procedimentos médicos, odontológicos, estéticos e em relações sexuais. Para todas essas situações o uso de barreiras físicas de látex como luvas e preservativos é corriqueiro e reconhecidamente eficaz, entretanto, algumas pessoas apresentam sensibilidade ao látex e podem desenvolver reações alérgicas.

Por ser tão amplamente utilizado, o látex tem ganhado importância no que diz respeito ao desenvolvimento de anafilaxia, visto que todos estamos expostos a ele em diversos momentos, seja através do contato de um enfermeiro usando luvas em uma coleta de sangue para exames, seja em relações sexuais protegidas com o uso de preservativos.

Na prática médica a anafilaxia induzida pelo látex está na segunda posição do ranking de respostas deste tipo em pacientes submetidos a procedimentos cirúrgicos, perdendo apenas para alguns medicamentos comumente utilizados em cirurgias.

Saiba mais: Anaphylaxis in the 21st century: phenotypes, endotypes, and biomarkers

Tratamento

Como colocado anteriormente, a anafilaxia é uma reação séria e deve ser tratada como tal. O tratamento deve ser realizado em ambiente hospitalar, sob supervisão de profissionais capacitados e habilitados para o acompanhamento sintomatológico do paciente, entretanto, pacientes com histórico de reações alérgicas graves contra alérgenos conhecidos têm uma opção interessante para aumentar sua segurança contra os riscos associados à anafiliaxia, a autoadministração de adrenalina com o uso de uma “caneta” injetora automática.

Existem algumas opções disponíveis no mercado, mas de modo geral todas funcionam da mesma forma. Quando alguém sabe que está em uma situação de risco pela exposição a um alérgeno conhecido ao qual tem alta sensibilidade, o uso deste tipo de dispositivo pode salvar sua vida.

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